Ateliê V

Furb

Área: 1024,2m²

Localização: Rua São Paulo - Itoupava Seca, Blumenau - SC

Nome do grupo: Alan Hsiao Bona e Letícia Donini Behling

Modelo Estrutural: Estrutura metalica e concreto armado

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O projeto se localiza na Rua São Paulo, entre a Universidade Regional de Blumenau - Campus II e a Casa Salinger; e o Bloco P - FURB juntamente com o Centro de Inovação. É uma região comercial bastante movimentada principalmente pelo grande fluxo de veículos, detém de uma grande potencialidade de conexão entre a universidade, a comunidade e Rio Itajaí-Açu, procurando valorizar os eixos de passagem do local, que atualmente são bloqueados por diversos obstáculos. Apesar do terreno tangenciar a beira do rio, são poucos os edifícios que estimulam o contato entre a cidade e a vegetação existente, portanto, a preservação do meio e resguardar as árvores existentes foi primordial. Outro ponto importante é a falta de espaços de permanência na região atualmente: um local com uma densidade alta de pessoas sem pontos de encontro que fortaleçam essas uniões.

No seu entorno, a Casa Salinger será restaurada e abrigará um museu do antigo comércio dos produtos locais (secos e molhados). A Ruína restaurada, se tornará um espaço para shows de bandas locais, palestras públicas e espaços de vivência diários. O Centro de Inovação e o Bloco P da FURB terão uma ligação direta no terreno para dentro do Campus II, para que os usuários não precisem sair do terreno para ir até o outro lado, e terão uma boa arborização para garantir a sombras e conforto nos caminhos.

Fluxo, curva e fluidez, essas são as três principais diretrizes de Projeto do Espaço Krümmung, palavra derivada do alemão e que significa “curvatura”. Uma boa arquitetura começa entre a relação amigável entre a forma e vida, por isso, a base para a criação das formas da edificação e do desenho da praça vieram dos raios de eixo já existentes no local. Buscamos reforçar os três pilares da universidade (ensino, pesquisa e extensão) onde a comunidade deve fazer parte do dia a dia dos estudantes e professores. Para incentivar esse contato a organização do terreno se apresenta da seguinte forma: na parte frontal, uma praça pública (Anfiteatro), na segunda a edificação de parceria público-privado junto com outra praça (Ruínas) e na terceira, uma passarela fortalecer o contato das pessoas com o rio.

A ampla praça pública arborizada em frente a edificação em curva contém um anfiteatro, diversos bancos e quatro áreas verdes principais, tornando-a mais receptível a ligação da rua até a edificação, mesclando pessoas de diferentes idades e estilos no local.

A edificação tem o objetivo de apresentar à comunidade os avanços tecnológicos feitos dentro da Universidade e apoiar os cursos acadêmicos junto com pequenas empresas ligadas a Impressão 3D, que é capaz de converter arquivos digitais em objetos tridimensionais com base em camadas de materiais impressos, podendo ser eles de variados materiais, com foco no plástico e metal. Essa tecnologia poderá ser muito útil na relação universidade - comunidade. Ao todo, a edificação possui dois pavimentos, ambos com ambientes acessíveis.

O primeiro pavimento contém três entradas, uma na parte frontal conectado a praça Anfiteatro e as outras duas na fachada lateral com a praça Ruínas, contribuindo assim com o fluxo entre os terrenos. Em relação aos usos, o térreo abriga uma área de exposições de trabalhos e de esculturas feitas no escritório de impressão 3D, presente na edificação. Também possui uma biblioteca com várias áreas de permanência todas com vista para áreas externas através das esquadrias em curva, sendo uma delas para a ampla área permeável existente que possui a principal árvore de grande porte do terreno, a qual é abraçada pela edificação.

O segundo pavimento é formado por um mezanino com vista para as exposições do térreo e pode ser acessado pelo elevador ou pela escada, e tem a terceira opção de acesso: uma rampa por fora da edificação. A rampa agrega valor crucial para o projeto visto que conecta a praça principal ao segundo piso, criando um novo fluxo que se estende para dentro da edificação. A curvatura ramificada da rampa cria o formato do mezanino, trazendo uma sensação de fluidez no caminho desenhado. Dividido em dois setores, o mezanino abriga na parte pública um café com vista para rio e para a jaqueira. No setor privado, há um coworking focado em impressões 3D, com computadores, mesas e impressoras. Todos os ambientes projetados são focados nos aspectos visuais externos que agregam a edificação.

A cobertura curvada é inspirada no conceito de fluidez e continuidade e é o elemento mais forte do projeto. Foi adotada a estrutura metálica devido às suas flexibilidades arquitetônicas, além de ter um prazo menor para execução de obra. A estrutura é feita através de vigas de aço entrelaçadas que permitem deixar o formato mais orgânico e atendente ao conceito da edificação. Ela é revestida por placas de titânio, material de alta resistência, excelente resistência à corrosão e baixa condutividade térmica, além de ser muito mais leve que aço, atendendo assim os requisitos de qualidade necessários.