CENTRO DE ARTE

E EXPRESSAO CORPORAL

Gabriela Silvério e Vitória Bucco

Área

Localização:

Nome do grupo:

Modelo estrutural:

649,30m²

FURB - Campus II - Itoupava Seca - Blumenau - SC

Gabriela Silvério e Vitória Bucco

Estrutura Metálica Aparente

Expressão do Latim expressione, pôr para fora mediante compressão, é a manifestação do pensamento por meio da palavra ou do gesto. A expressão corporal desenha formas, conta histórias, denuncia e anuncia sentimentos, constrói significados, penetra no tempo e no espaço, criando e expandindo-se.

Partindo desse conceito, o projeto tem como objetivo o compartilhamento de interesses e interação dos usuários no que envolve a arte e a expressão corporal. O programa alcança diversas preferências e faixas etárias, unindo a Universidade com a Comunidade em um espaço descontraído e equipado e mostrando a importância da arquitetura nas relações humanas.

Análise do entorno:

O Campus II da Universidade Regional de Blumenau – FURB, tem como principal polo a aplicação da tecnologia, formando o CCT – Centro de Ciências Tecnológicas. Pensando na escassez de um espaço que una a Universidade com a Comunidade de um modo dinâmico nesse setor, trouxemos o Centro de Artes Cênicas e Corporais para esse lado da cidade, a fim de disseminar a cultura e a expressão corporal em diferentes extremidades da Universidade, quebrando o ar tecnológico que o Campus traz.

Inserção do projeto no contexto urbano:

Partindo do reconhecimento da deficiência de equipamentos urbanos na região analisada, determinamos como princípios fundamentais: a relação da Comunidade com a Universidade, um local que proporcione a convivência e a integração social e a relevância da cultura na cidade.

A inserção do Centro de expressão corporal conectado às atividades diariamente cansativas desenvolvidas no Campus se daria em uma praça, permitindo a integração e a troca de experiencias dos usuários. Outra vantagem seria a revitalização urbana unida com a recuperação de um terreno abandonado, criando um espaço versátil, movimentado e com infraestrutura para dar ao usuário a sensação de segurança.

A edificação:

O objetivo principal do projeto é a geração de um lugar vivo e aberto, no qual as atividades artístico-corporais se expressam naturalmente em suas diversas formas e onde a interação cultura-cidadania é dada de forma livre e cotidiana ao público através da troca de experiências entre a comunidade geral e a Universidade, matriarca do projeto. Entre outros fatores, planejou-se a criação de um espaço (vazio) de convergência e integração como centro do edifício, um lugar que acentuasse o caráter público do projeto, no qual seria possível integrar o habitante da cidade e os frequentadores da própria universidade, com alguns atuando e outros presenciando, e tornando todos os usuários participantes indiretos das atividades culturais.

Espaços públicos são por natureza espaços livres, abertos a todos. Henri Lefebvre diz em ‘’Direito à Cidade’’ que os indivíduos deveriam ter as mesmas oportunidades de se beneficiarem dos diversos aspectos da vida urbana. Espaços públicos oferecem a possibilidade de ir e vir sem necessidade de justificar o propósito da presença no local específico. Embora, o princípio seja diferente da prática, estes locais são propriedade pública planejada para uso público. Focamos na incorporação de uma praça de alimentação nos fundos da edificação, criando um espaço informal, onde haveriam encontros espontâneos dentro da esfera pública, conectando as pessoas com a grande massa arbórea que se encontra também nos fundos da edificação, costurando caminhos que levam ao Rio Itajaí Açú.

Programa de Necessidades:

O Centro de Arte e Expressão Corporal conta com:

- Pavimento Térreo:

Espaço de circulação e atividades livres
1 Sala de Apoio + Café
1 Sala de Artes Marciais
1 Banheiro Feminino adaptado para cadeirante
1 Banheiro Masculino adaptado para cadeirante
Espaço ao ar livre para a prática de Yoga
Praça de Alimentação pública

- Pavimento Superior:

Hall
1 sala de Neopilates
1 sala de Artes Cênicas: danças e teatro

As salas projetadas tem função artístico-corporais com usos diversos, portanto o pé direito solicita uma altura maior do que as convencionais por ter como foco o movimento. O mobiliário interno é simples e mutável, podendo se adequar ao uso que for necessário, porém as atividades estão pré-determinadas para as aulas fixas.

Tecnologia da Estrutura e dos Materiais:

A estrutura escolhida foi a de pilares e vigas metálicas, que tem como principal função o vencimento de grandes vãos. É um modelo estrutural muito resistente e com peso muito menor se comparado à estrutura de concreto. Além disso, a utilização do aço proporciona uma expressão diferenciada às construções, por esse motivo, optamos por deixá-la aparente.

Para o destaque em um dos blocos, utilizamos o Aço Cortén que é um ótimo material para revestimento externo, por ser muito resistente às intempéries e requerer pouca manutenção. A relação resistência-peso permite a utilização de seções mais leves, o que reduz os custos da obra e se trata de um material 100% reciclável.

A cidade de Blumenau tem um alto índice de umidade e chuvas. Optamos por utilizar o piso drenante por todo o passeio revitalizado e também no pátio da praça de alimentação. O piso drenante drena a água da chuva com facilidade e é ecológico. Além de que torna o ambiente mais agradável, pois deixa as calçadas mais limpas e ao escoar a água da chuva, as plantas são beneficiadas.

Conforto Ambiental + Eficiência do Projeto:

Considerando a importância da arborização nos espaços públicos, o projeto tem em vista aperfeiçoar as áreas verdes já existentes, abrindo caminhos e espaços de descanso, criando uma conexão benéfica e sadia entre os edifícios do Campus II da Universidade. Nos fundos do terreno, há uma grande massa arbórea, que sendo bem trabalhada, resgataria a ligação da cidade com o Rio Itajaí Açu.

Trazendo um pouco de natureza para o cinza do concreto, adotamos o telhado verde como cobertura de um dos blocos, sendo mais um elemento para drenar a água da chuva. A vegetação é capaz de reduzir ruídos urbanos da rua movimentada e diminuir a temperatura do ambiente. Este benefício, além de manter o local mais agradável, ainda economiza energia, pois diminui o uso de climatizadores e ar condicionado. Na estética, a cobertura verde deixa a edificação com uma aparência singular.

A fachada frontal está direcionada à Sudoeste, onde a intensidade de raios solares é alta e recebe o pior sol do dia. Para resolver esse problema, priorizamos colocar o Brise Soleil móvel e placas de Aço Cortén perfuradas como elementos de controle solar. Os brises horizontais móveis controlam a incidência da luz e da radiação solar antes que ela atinja a fachada, garantindo o conforto térmico da edificação. Escolhemos placas móveis para também poder desfrutar da iluminação natural em dias não tão quentes.

O Painel perfurado de Aço Cortén é um elemento de destaque na fachada frontal. Além de controlar a entrada de incidência de luz, também deixa livre o aproveitamento de luz natural, criando sombras e desenhos no interior da sala, conforme a altura do sol. Está fixado na frente de uma pele de vidro que pode ser aberta, permitindo a ventilação da sala pelos furos do painel.

Como cobertura desse bloco, escolhemos laje impermeabilizada rebaixada, criando Lanternim móvel nas laterais, possibilitando a ventilação e a entrada de luz natural. Unindo esses dois elementos, o vento frio entra pelo painel de Aço Cortén e o vento quente sobe e sai pelo Lanternim, deixando a sala com uma temperatura agradável.

Cobogó (localizado na Lateral Direita – Fachada Norte), criado para o clima Tropical, proporciona eficiência energética pois filtra o sol e garante ventilação permanente. Além da função estética, os desenhos garantem um jogo de luz e sombras e também conferem privacidade ao interior.