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Fazendo!
ESPAÇO CULTIVAR
Professor: Christian Krambeck e Cézar Martinelli
Localização: Rua Leopoldo Kuhn, 90 - Bairro Vorstadt - Blumenau, SC
Área total:
Acadêmicos(as): Ana Júlia Tierling e Lívia Schmidt
Escola Parque
Jonas Vargas e Fabiana Maiara Silveira Lemes
Área:
Localização:
Nome do grupo:
Modelo estrutural:
1851,48 m²
Blumenau/SC
Jonas Vargas e Fabiana M. S. Lemes
Concreto Armado e Alvenaria Estrutural

A discussão do futuro esteve muito presente na matéria de ateliê V, no segundo semestre de 2017. Assim, é nesse contexto que se insere este projeto, uma proposta de expansão de uma escola de ensino fundamental do 1° ao 5° ano para atender uma demanda maior, uma projeção para 2047 relacionando uma pedagogia na qual foi escolhida por cada grupo. A pedagogia contemplada para fazer a edificação foi a Waldorf. Essa foi introduzida por Rudolf Steiner em 1919, em Stuttgart, Alemanha. Ela é uma pedagogia holística em um dos mais amplos sentidos quando aplicada ao ser humano e à sua educação. Tem como princípio formar futuros adultos livres, com pensamento individual e criativo, com sensibilidade artística, social e para a natureza, bem como com energia para buscar livremente seus objetivos e cumprir os seus impulsos de realização em sua vida futura. A antroposofia é um dos fundamentos filosóficos da pedagogia que tem como base a observação da natureza. Dessa forma, há 3 períodos de sete anos que foram denominados de setênios, relacionado ao processo de desenvolvimento.

A região estudada para a implantação do projeto foi a Rua Dr. Pedro Ziimmermann, localizada no bairro Itoupava Central, Blumenau-SC. Uma das premissas básicas para a escolha da instituição de ensino para a ampliação era ser centro de bairro. Dessa forma, escolhemos a Escola de Educação Básica Emílio Baumgart e o terreno decidido está próximo a instituição, do qual funcionava como estacionamento. O entorno possui grandes áreas não urbanizadas e que preservam a vegetação nativa.

O desenho do projeto foi desenvolvido a partir das condicionantes locais, sem interferir na paisagem. Pelo fato dos gabaritos, tamanho das edificações, variarem de um a dois pavimentos, optamos por deixar um pavimento, pois o terreno possui 5.281,83 m². Sendo que a taxa de ocupação é de 70% de acordo com a consulta de viabilidade, mas somente 66% foi ocupada. Já o coeficiente de aproveitamento permitido é de 3,6, porém o projeto contempla 0,35.

A edificação foi colocada aos fundos do terreno para reduzir o ruído, pois há uma via de grande fluxo na frente. A intenção do projeto foi integrar a comunidade à escola, assim, um parque foi criado na frente imitando um grande jardim para acolher os residentes daquela região e as crianças.Também, com um espaço destinado a construção de uma feira (do qual não foi o foco de elaboração projetual) para a interação das pessoas neste século.

Um recuo faz a transição da rua para a praça, deixando o pedestre mais a vontade e seguro. Muitas árvores foram adicionadas ao local pois não existem atualmente. Foi definido um eixo principal com o passeio um pouco mais largo do que os demais, este instiga as pessoas explorarem o espaço, com diversos locais de convívio. Também, há aparelhos de ginástica, sendo que a preocupação com o corpo se consolida a cada ano. A feira poderá fomentar a economia local e despertar a consciência do coletivo, diretrizes fundamentas para o ecodesenvolvimento, termo explanado por Ignacy Sachs, essencial para a preservação do planeta.

Assim, o projeto se inspira no primeiro setênio, difundido pela pedagogia, no qual prioriza o movimento livre, a corrida e as brincadeiras permitindo que a criança teste e conheça seu corpo, seus limites e percepções de mundo. O traçado do caminho principal conduz a entrada próxima a escola, sem muitas obstruções. De acordo com a setorização já indicada na planta, podemos definir as porcentagens que cada setor irá ocupar. Sendo elas: setor pedagógico= 18,04%; setor de vivência e assistência= 20,01%; setor administrativo e apoio pedagógico= 2,02%; setor de serviços gerais= 0,37%; circulação= 42,62%. O espaço físico foi projetado para atender 120 crianças no período integral (diurno), 1 diretora,1 secretária, 1 coordenadora pedagógica,6 professores, 2 cozinheiras, 2 zeladores.





















As salas são integradas, porém quando se quer privacidade basta fechar as portas que dividem as mesmas, no projeto foi proposto a porta camarão que permite uma abertura de quatro metros, dando maior autonomia tanto para os alunos quanto aos professores relacionado ao peso.
O setor administrativo é composto por uma secretária, uma diretora e uma coordenadora pedagógica. A proposta seria o compartilhamento de espaços, sem muitas divisões como todo o restante da escola. Há uma sala reservada para reuniões e assuntos particulares que pode ser usada por todos.
A escola possui uma grande pérgola na fachada oeste para bloquear boa parte do sol e proteger de possíveis invasores na parte de trás, já na lateral norte há o bloqueio por cobogó tanto no sol quanto na segurança do local. A permeabilidade visual se faz presente na maior parte das salas, com circulação cruzada e grandes beirais para o desenvolvimento das atividades, podendo usar o ambiente externo independentemente das intempéries. O vidro proposto é o Smart Blinds que permite maior ou menor privacidade, a passagem de raios solares pode ser bloqueada por vários níveis, deixando ele translúcido ou opaco, apenas acionado por um controle remoto.
As paredes que se sobressem da viga são de estrutura reticulada de concreto armado, com 0,25m de espessura para isolamento acústico e, também, suportar a viga protendida que permite maiores vãos livres para desenvolvimento das atividades. As paredes de bloco cerâmico compõem a vedação dos ambientes. O uso dos blocos cerâmicos na cultura local é muito forte pelo uso da técnica construtiva enxaimel, devido a isso, optamos por utilizá-la. A maior parte das salas de aula possuem mobiliários que permitem a flexibilidade do ambiente, sem ter uma configuração definida, uma das salas representada na planta indica a presença de um grande sofá que permite maior interação e contato entre os ocupantes da sala.
Há hortas comunitárias que auxiliam na aprendizagem dos alunos, para que os mesmos tenham um contato mais intimo com os elementos naturais, já previsto na pedagogia e na educação ambiental. A cozinha no projeto é um elemento que se torna uma sala de aula, para que os próprios alunos possam ter autonomia da preparação dos alimentos e ter o toque sensorial.