Aprender
Fazendo!
ESPAÇO CULTIVAR
Professor: Christian Krambeck e Cézar Martinelli
Localização: Rua Leopoldo Kuhn, 90 - Bairro Vorstadt - Blumenau, SC
Área total:
Acadêmicos(as): Ana Júlia Tierling e Lívia Schmidt
Redes Do Conhecimento
Andressa S. Dall' Azen & Maria Luiza Baron
Área :
Localização:
Acadêmicas:
Modelo estrutural:
328,3m²
Rua Lauro Zomer- Ponta Aguda,Blumenau/ SC
Andressa Spranger Dall' Azen e Maria Luiza Baron
Metálica,Concreto Armado e Madeira
Redes do Conhecimento, é um projeto que foi pensado para a Comunidade da Pedreira – localizada no bairro Ponta Aguda, em Blumenau, Santa Catarina - BR, um local que começou sendo habitado por invasores e aos poucos foi formando uma grande comunidade. Por ser um morro, que em sua maioria é inapropriado para construções, a comunidade já recebeu um projeto de reurbanização, que infelizmente ainda não foi concluído, e também recebeu o nome de Loteamento Sol Nascente. A implantação veio do princípio de ligar o virador – ponto de encontro da comunidade – com a parte superior do morro. Como já existe uma grande escadaria que faz essa conexão diretamente, o projeto, que se localiza numa esquina da Rua Lauro Zomer com a Rua José Isidoro - a que se liga a escadaria, traz áreas de descanso para esse trajeto e também projetos educacionais para as crianças. A nova edificação proposta se conecta com outras ideias projetuais propostas por acadêmicas do semestre, como Projeto aCENA e o Co-Kids, onde tudo se interliga com o objetivo de tornar um ambiente de aprendizado.

Essa nova edificação projetada é um espaço em que as inspirações, ideias e sonhos unem-se com a tecnologia. O seu conceito é baseado no uso consciente da tecnologia, tornando-a uma aliada para o aprendizado e desenvolvimento das crianças. Como a Comunidade da Pedreira carece de uso da tecnologia junto com o método de estudo, e de um espaço para atender as crianças fora do horário de aula da escola, “Redes do Conhecimento” vem como contraturno, para crianças de 6 à 14 anos, atender essas necessidades seguindo a linha pedagógica de John Dewey, que:
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Valoriza o pensar dos alunos;
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Questiona a realidade;
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Aplica teoria + prática.
Sua metodologia:
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As ideias são instrumentos de trabalho;
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Compartilhar experiências e ideias;
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Espaço para educar e ser educado;
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Aprendizado é dado quando exposto a situações reais.
Visando tais fatores, para a locação foram propostas atividades que desfrutam da imaginação das crianças. E assim, o programa de necessidades conta com dois pavimentos, de usos distintos, que são ligados por uma escada helicoidal, ou externamente pela própria calçada da esquina. O pavimento superior conta com espaço para sala de aula, onde possui carteiras e notebooks que serviriam tanto para ajudar em trabalhos da escola, como para as aulas de produção de livros literários, jornais e filmes que ocorreriam naquele ambiente com a ajuda de um professor, o qual, para auxiliar o seu trabalho, conta com uma lousa branca, mesa do professor e impressora para finalização dos trabalhos ali desenvolvidos.

Trabalhos estes que seriam expostos em outra sala, pública, para a comunidade conhecer a realidade das crianças da Pedreira. Os projetos seriam expostos num mobiliário diferenciado, de interação, entre eles: os hexágonos de exposições coloridos, que possuem uma tela onde os trabalhos seriam reproduzidos, ou nas cadeiras com tablets, que estimulam a pessoa a interagir diretamente com as produções das crianças. Nesse andar também encontram-se dois banheiros, masculino e feminino, com dimensões que atendem portadores de necessidade; além do depósito que serviria para guardar possíveis mobiliários que não seriam utilizados no momento, ou até mesmo materiais para reparos rápidos dos aparelhos tecnológicos utilizados pela população.

No térreo encontra-se o deck, uma área mais ampla para ser usufruída como área de descanso e lazer, possuindo puffs, uma grande escada que dá acesso ao terreno a qual pode ser aproveitada como local de parada também, além de um recorte no fechamento do deck com o terreno que foi elaborado para tornar-se um banco diferenciado. Nesse espaço do deck, durante o período da noite, aconteceria o cinema aberto e a noite de autógrafos que valoriza os trabalhos das crianças, mostrando desde cedo a importância delas para a formação futura. Na parte mais inferior do terreno, árvores envolvem a edificação, com redes e cadeiras de descanso que criam essa ligação interno e externo, o mundo da imaginação e o mundo real.

Por estar inserida num terreno de esquina, a construção conta com acessos fáceis pelas ruas, convidando as pessoas a conhecerem o mundo de imaginação das crianças. A entrada no bloco se dá pela Rua Lauro Zomer, que é a via coletora principal daquele trajeto, enquanto o acesso ao deck pode ser dado tanto por dentro do bloco – pela escada – ou por qualquer uma das ruas da esquina, sendo a Rua José Isidoro o acesso principal, já que possui uma rampa que possibilita maior acessibilidade.

A forma da construção além de seguir o limite do terreno, foi pensado na forma de um avião, já que este meio de transporte nos permite ser levados a novos lugares, e em sua maior parte do tempo está nas nuvens, voando; assim como a imaginação que deve fluir e voar para longe. Pois como sempre dizem quando as pessoas estão pensando: “Você está nas nuvens”. Como a edificação é localizada na parte mais alta do terreno, flutuando, proporciona também a imaginação que o mesmo estaria voando – nas nuvens, além de usufruir da vista como mirante, um grande atrativo para pontos de encontro.

A estrutura metálica utilizada remete ao material tecnológico, vencendo grandes vãos abertos e dando leveza ao projeto, e a vedação das paredes externas é de concreto armado que permite maior conforto térmico. O uso da madeira no deck traz para a área livre uma sensação de aconchego, já que este é o principal objetivo daquele espaço. O uso desses materiais se destaca na comunidade, já que nela se encontram edificações mais tradicionais, com pouco investimento, de alvenaria e madeira.

Na fachada noroeste, pensando no conforto térmico e luminoso, foi elaborado um cobogó metálico fixo, que filtra a entrada de luz direta do período da tarde (indesejada) para as salas de aula e área de exposições, com suas aletas coloridas, com cores primárias que remetem a infância, em diferentes direções. Já na fachada sudeste, as marquises que estão sobre as maiores aberturas, bloqueiam o sol indesejado naquela fachada e permitem que as pessoas possam utilizar essas janelas, com peitoris mais largos, como mirante, para observar a comunidade em que vivem – já que a construção, localizada na parte superior do morro, permite essa sensação. Seu externo é em tons de cinza e para quebrar essa monotonia, com o jogo de cheios e vazios que existe na fachada sudeste, foi utilizado a cor verde para brincar com a mesma e não deixa-la séria para um ambiente de foco infantil.

Dentro das salas de aprendizado e criação, e na área de exposições, a maioria das paredes foram pintadas de um tom claro para manter a tranquilidade do local de estudo, mas para não se tornar monótono existe uma parede em cada sala, que se destaca nas cores azul e amarelo, que casam com o mobiliário que também é colorido, em tons primários para que chame atenção das crianças. Quanto ao conforto luminoso em salas de aula, para não somente usar a iluminação artificial, foi pensado em aproveitar a iluminação zenital com um lanternim longitudinal em cada sala. Esta entrada de luz, permite também a visão para o céu, que cria essa relação do interno e externo, imaginar nas nuvens.

Com todos esses pontos sendo explorados, pensados e estudados, surgiu o projeto infantil do 5º semestre: “Redes do Conhecimentos”. Um ambiente que foca no aprendizado das crianças, mas se preocupa com a interação da comunidade, tudo voltando-se a tecnologia que cada vez mais cresce e está presente na vida de todos. Por isso, os trabalhos feitos no ambiente projetado mostram que a tecnologia tem sim muitos pontos positivos. E a imaginação das crianças nos permite ir longe, sonhar grande e ao mesmo tempo, estar presentes no agora vivendo a situação atual, e mostrando como é a vida na Comunidade da Pedreira. Esse projeto é um ambiente que engloba educação, cultura e sonhos.













sem escala












