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Fazendo!
ESPAÇO CULTIVAR
Professor: Christian Krambeck e Cézar Martinelli
Localização: Rua Leopoldo Kuhn, 90 - Bairro Vorstadt - Blumenau, SC
Área total:
Acadêmicos(as): Ana Júlia Tierling e Lívia Schmidt
Cozinha Saberes & Sabores
Luciana Stramari e Luana Signorelli
Área :
Localização:
Acadêmicsa:
Modelo estrutural:
164,28 m²
MAD, Rua Pastor Oswaldo Hesse, Blumenau/ SC
Luciana Konkewicz Stramari e Luana Signorelli
Reticulada de Madeira Serrada
A comunidade escolhida para o desenvolvimento do projeto foi o MAD (movimento dos atingidos pelo desastre), localizada no bairro Ribeirão Fresco, no final da rua Pastor Oswaldo Hesse. A população que ocupou esta localidade perdeu suas residências em 2008, e até hoje luta para se consolidar neste espaço. Durante as visitas à campo foram percebidas diversas deficiências tais como a falta de conexão com o ribeirão (que corta o bairro), a falta de atividades de lazer e aprendizagem para as crianças, a precariedade em serviços básicos como água, luz e esgoto. No entanto, foi possível notar que as crianças se apropriam do local com muita naturalidade, explorando as possibilidades do relevo e da vegetação. Tais aspectos foram importantes para determinar o conceito e o local da implantação do projeto.

O Conceito
A comunidade que se formou após o desastre de 2008 possibilitou, por sua localização mais remota, que as crianças pudessem explorar o local onde moram, tornando-o a extensão do seu quintal. Assim, o tato, a visão e a audição são constantemente explorados, seja subindo nas árvores e morros, ou ouvindo o barulho dos pássaros e da água. Mas, e como ficam o paladar e o olfato? A supressão desses sentidos é comum em nosso dia a dia, pois acabamos perdendo contato com o plantio e o preparo do alimento (ele já vem pronto e congelado). Nasceu, desta forma, o conceito do projeto COZINHA SABERES E SABORES: criar esse vínculo entre plantar, colher e preparar seu alimento, fazendo com que as crianças tenham a autonomia para transitar entre os espaços, como vem acontecendo em seu cotidiano.

A Implantação
Para implantar o projeto, levamos em conta a possibilidade de ocorrer problemas com cheias, enxurradas ou deslisamento. Desta forma, o terreno escolhido esta localizado no centro da comunidade, e é mais elevado, o que garante certa proteção aos usuários e à edificação. A escolha de localizar o projeto entre os dois cursos d’água que formam o Ribeirão Fresco faz parte da intenção de aproximar os usuários deste local.

O Projeto
O projeto busca estimular o olfato e o paladar, por isso integra o espaço da cozinha, a horta e o pomar, além do bloco de apoio (com banheiros) e da passarela com mirante.
A passarela mirante foi proposta para criar um caminho de chegada alternativo à rua, proporcionando ao pedestre a contemplação não só do projeto, mas da vista dos morros e dos cursos d’água que o circundam. Assim, ao chegar na cozinha, o usuário tem a sensação de acolhimento e de calma.


A horta e o pomar surgem da ideia de retomar o vínculo da produção do próprio alimento, mostrando a importância de conhecer o que é consumido. O espaço, embora pequeno, pretende estimular o usuário a explorar novos sabores e cheiros, além de contribuir para o abastecimento da cozinha.
A horta e o pomar surgem da ideia de retomar o vínculo da produção do próprio alimento, mostrando a importância de conhecer o que é consumido. O espaço, embora pequeno, pretende estimular o usuário a explorar novos sabores e cheiros, além de contribuir para o abastecimento da cozinha.

A cozinha e seu mobiliário foram inspirados nos cursos de ‘mini-chef’ que se tornaram populares em capitais como Curitiba e São Paulo. Estes possuem uma veia lúdica ao mesmo tempo em que despertam futuros interesses na área da gastronomia, mas o acesso a este tipo de atividade é restringido às famílias de renda alta. Ao trazer este conceito para uma comunidade carente, reforça-se a ideia de que estas crianças não serão limitadas pelo seu contexto social, elas serão estimuladas à explorar os limites fora da comunidade, podendo alcançar o futuro que desejarem. Neste ponto, o projeto transcende os limites da educação, empoderando as crianças da comunidade.

Materiais e Estrutura
As sensações nortearam o projeto desde a implantação, até a escolha dos materiais, por isto, a madeira foi eleita tanto para a estrutura quanto para revestimentos externos. As sensações de acolhimento e calma, citadas anteriormente, são também causadas pelo uso desse material. O uso das tábuas à 45º para o revestimento externo conferem um efeito de movimento à edificação, e esta ideia foi replicada nas esquadrias das janelas e porta-janelas. Internamente, nos dois blocos, foi utilizado a vedação com placas de gesso acartonado resistentes à umidade, e, entre o gesso e a madeira, foi utilizado a lã de rocha para melhorar o conforto térmico e acústico. A telha utilizada no projeto é a ecológica Onduline, na cor vermelha para contrastar com os tons marrons da madeira e do verde da vegetação.

Conforto térmico e Luminoso
Para garantir iluminação e ventilação natural na cozinha, foi proposto um telhado shed, com três águas e três aberturas em cada caimento. As janelas de vidro translúcido (que promovem a difusão da luz incidente) estão voltadas para Sul, o que impede a incidência excessiva de luz. Além disso, apenas as janelas centrais são fixas, as duas laterais possuem sistema de abertura para que, em dias de calor excessivo elas funcionem com o efeito chaminé, e, em dias frios, estejam fechadas, e sirvam apenas como iluminação. Além disso, as árvores implantadas ao redor da edificação servem como elemento natural para barrar e/ou filtrar a insolação indesejada, criando um microclima agradável.























Fachada Frontal - Sudeste

Fachada Lateral Direita - Nordeste

Fachada Posterior - Noroeste

Fachada Lateral Esquerda - Sudeste