Grupo 3 2017 | ateliefurb

Jardim de Infância + Bercário - Concurso CBCA

Ingrid Sani Lang & Letícia Elisa Zimmermann

Área :

Localização:

Nome do grupo:

Modelo estrutural:

705.00 m²

Morro da Pedreira, Blumenau - Santa Catarina

Ingrid Sani Lang e Letícia Elisa Zimmermann

Estrutura em aço

Comunidade: p.met. conjunto de indivíduos, inclusive de nações diferentes, ligado por determinada consciência histórica ou por interesses sociais, culturais, econômicos ou políticos.

Tomado este conceito, o projeto foi elaborado buscando uma comunicação aberta, de forma que todos compartilhem interesses e, assim mostrando como a arquitetura influencia diretamente nas relações humanas, sendo capaz de tornar o local uma verdadeira definição de comunidade.

Análise entorno:

A comunidade do Morro da Pedreira tem como marco principal a Pedra do Amor, que faz parte da cultura local por sua referência de encontros e rodas de conversas que proporcionam aos moradores da região. Atualmente, há um descaso com a mesma, estando inacessível e vista como um ponto inseguro.

Devido a análise do raio de atendimento dos jardins de infância e berçários locais, nota-se a deficiência deste setor na região. Em alguns pontos da cidade de Blumenau, vemos que as reais necessidades da população acabam sendo ignoradas que carece de acesso a serviços básicos e infraestrutura, sendo que, existem cerca de 4,2 mil crianças a espera de vagas em creches. A inserção da criança na educação inicial garante o seu desenvolvimento e sua formação com apoio e cuidado integral enquanto seus pais trabalham. Desta forma, a arquitetura e urbanismo nos traz a possibilidade de desenvolver e trabalhar estas insuficiências.

Inserção do projeto no contexto urbano:

Com partido na análise da deficiência de equipamentos urbanos da região, estabelecemos três objetivos fundamentais para o projeto de revitalização da Pedra do Amor: um local vivo que proporcione o encontro de pessoas, o envolvimento dos moradores com a educação e a valorização a cultura local.

A implantação de um jardim de infância e berçário conectados a uma praça, permite a convivência dos cidadãos e ajuda no desenvolvimento integral dos indivíduos, além da proteção e segurança da comunidade, garantindo melhores condições de vida. Esta estratégia serve para revitalizar o bairro e transformar o terreno esquecido em um ponto de encontro da região, agora com uma nova infraestrutura de qualidade para a comunidade.

A edificação + praça:

A implantação de uma estrutura no espaço foi de extrema cautela, para que a mesma não tome destaque no cenário natural. O recorte no terreno, garantiu o nível mais alto de todo projeto para a Pedra, e no nível inferior o jardim de infância. Optamos também pelo uso da textura em pedra na fachada frontal que se camufla com a mesma. Logo, o resultado final ainda mantém o símbolo da Comunidade da Pedreira como evidencia.

Uso da textura em pedra na fachada frontal, edificação se camufla com a Pedra.

Comunidade interagindo com a pedra, revivendo a cultura local.

A implantação de uma praça na área externa é designada para um espaço de convivência e integração entre alunos e comunidade. Os espaços públicos valorizam a troca de ideias, facilitam encontros e moldam laços comunitários, impactando a qualidade do meio urbano. A ligação se dá por meio de apresentações culturais dos alunos no palco integrado com a arquibancada, além da exposição de trabalhos nos biombos no acesso da escola pela praça.

Os degraus acompanham a topografia do terreno, valorizando o natural e com sua posição é estratégica para a melhor vista. Porta para ligação entre escola e arquibancada.

A escolha de um café local na praça intensifica o fluxo de pessoas, impulsionando a interação entre o público e privado. Logo, resultará em um novo espaço de referência e encontro para a comunidade, trazendo mais vitalidade para a região, além de gerar economia local.

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Grande abertura para intensificar a relação entre público (praça) e privado (escola).

Programa de necessidades

A escola tem capacidade para 112 crianças, sendo:

- 02 salas de 0 a 1 ano com capacidade para 8 alunos cada;

- 02 salas de 1 a 2 anos com capacidade para 12 alunos cada;

- 02 salas de 2 a 4 anos com capacidade para 12 alunos cada;

- 02 salas de 4 a 6 anos com capacidade para 24 alunos cada.

Fazem parte do programa de necessidades também às áreas de serviços como refeitório, cozinha, dispensa, almoxarifado, copa para funcionários, banheiros e ambulatório. Nas áreas administrativas a secretaria, direção, sala dos professores, sala de reunião e diretoria. Além de tais, conta também com um amplo pátio parcialmente coberto pelo volume superior.

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Integração dos alunos nos ambientes de estudo, tentativa de quebrar a hierarquia entre professor x aluno.

Tecnologia da estrutura e dos materiais

A estrutura metálica de pilares e vigas garante o vencimento de grandes vãos por sua maior resistência com menores dimensões de peças e menor peso.

Devido às chuvas e o alto índice de umidade da cidade de Blumenau, o uso do piso drenante no pátio da praça foi utilizado, visto que, é um piso ecológico por onde a água consegue passar para o solo com grande facilidade, drenando a água. Quando utilizado, torna o ambiente ainda mais agradável, pois toda água será escoada, tornando as calçadas mais limpas e beneficiando também as plantas ao seu redor.

Elementos lúdicos para fantasia das crianças, em aço.

Praça, uso dos pisos drenantes, horta comunitária e espaço com redes para descanso.

Conforto ambiental, eficiência, visuais

A volumetria teve partido da ideia de que um volume atue como proteção solar do outro, visto que, não era de interesse utilizar elementos que bloqueassem o visual que o terreno proporciona. Utilizando essa estratégia, foi alcançado um alto índice de proteção solar, sendo necessário, além disso, apenas o uso de marquises.

Pátio parcialmente coberto pela estrutura superior, proporcionando sombra.

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O corte do terreno contribui ativamente para promover as correntes de ar e a ventilação cruzada acontece pelo posicionamento dos vãos no interior mantendo o conforto climático.

Para valorizar o visual, a arquibancada da praça foi implantada. Além de um mirante, serve como um palco para apresentações da comunidade e está privilegiada por estar direcionada em sentido oeste, valorizando o pôr do sol.

O mezanino e as aberturas internas estimulam e propiciam a integração e diálogo entre os usuários da edificação. Já a edificação como um tudo, cria uma diversidade grande de ambientes, sensações e recantos, estimulando relações variadas entre a comunidade interna e externa.