Aprender
Fazendo!
ESPAÇO CULTIVAR
Professor: Christian Krambeck e Cézar Martinelli
Localização: Rua Leopoldo Kuhn, 90 - Bairro Vorstadt - Blumenau, SC
Área total:
Acadêmicos(as): Ana Júlia Tierling e Lívia Schmidt
Universidades, criando profissionais doentes para alimentar uma sociedade doentia.

Estudantes universitários com olheiras, exaustão e estresse, noites sem dormir, sentimento de culpa por simplesmente tirar um dia para si.
aquela escolha pertinente entre passar um tempo com quem a gente ama ou focar naquela entrega ou prova. O mais preocupante de tudo é que isso é considerado normal perante a sociedade, ¨Ah quando você se formar vai sentir saudades¨, ¨Todo o esforço vai valer a pena¨, quantas vezes não ouvimos esse tipo de ¨conselho¨? Mas até que ponto todo esse esforço é considerado saudável? Realmente vale a pena levar a saúde física e mental ao limite por uma entrega ou nota?
De acordo com uma pesquisa rápida sobre saúde mental na universidade realizada pelos estudantes de Arquitetura e Urbanismo pode-se concluir que:
Após a pesquisa deixamos em aberto um espaço para relatos para estudantes expressarem sobre sua saúde
mental na universidade, abaixo segue alguns deles...
¨Posso dizer que só com o apoio dos amigos e colegas esta dando para continuar, pois a carga de tudo e pressão é muito
alta, querem perfeição¨
¨Faço psicologia e é recorrente a queixa de que os alunos são desassistidos. Há muitos acadêmicos de psicologia com
problemas emocionais e também dificuldades com o curso. Isso emerge na graduação e também na formação de
profissionais da área. ¨
¨Diversas vezes alguma pessoa teve uma crise emocional de choro/pânico, e mesmo sendo um curso de psicologia o
professor continuou a aula e deixou o aluno sair de sala com um colega. Eles não sabem lidar com crises em aula. ¨
¨Passo tanto tempo pilhada com a faculdade que acho anormal estar tranquila. ¨
¨Não só na faculdade como em ambientes de trabalho após se formar, há um “senso coletivo” de que trabalhar além do
necessário, estar sempre ocupado, ansioso pensando no trabalho é a chave para o sucesso e quem não quiser isso não
tem vez. AÍ vem o questionamento, o que é sucesso?! Pensei em desistir da faculdade diversas vezes, além de todo o
esgotamento havia a barreira financeira, com bolsa e estágio para ajudar a pagar. Porém felizmente me formei! O pior de
tudo é sair e ver que esse pensamento se perpetua no mercado de trabalho, não só com arquitetura. Claro, nada vem fácil e
sem esforço, mas perder a saúde mental como vi comigo e diversos colegas e isso ser visto como algo normal acredito ser
reflexo de uma sociedade doente. ¨
¨A falta de sensibilidade de alguns professores ao criticarem os trabalhos somada a alta demanda de atividades demoradas
tornam o curso de arquitetura extremamente exaustivo fisicamente e principalmente psicologicamente¨
¨Notei que ao longo da faculdade, amigos e colegas choram, ficam desesperados, estão 100% do tempo ansiosos e ou com
depressão. “Só” estudar não é o suficiente para uma sociedade imediatista que quer sucesso aos 20 anos. ¨
¨Virar noites e noites no galpão no final do semestre para terminar trabalhos a tempo não faz bem, as pessoas estão ficando
doentes e parece que ninguém se importa. ¨
¨Os choros por pressão e ansiedade e brigas por estresse tem frequência semanal. Insônia sempre, fico na função
estudando ou fazendo trabalhos todas as noites até 1 da manhã, o período de sono, geralmente é conturbado, sempre
acordando no meio da noite, chegando 5 da manhã acordo com a sensação de que não dormi nada e com medo de não ser
ou ter feito o suficiente. ¨
¨É muito desgastante, a faculdade te leva ao limite em relação a felicidade, desespero, medo e ansiedade.¨
O suporte psicológico só é dado para quem possui laudo médico. Deveria ser aberto ao público. Eu como estudante tenho
minha cabeça completamente deslocada, não possuo apoio familiar quanto a isso, tentei buscar na Universidade e fui
ignorada.
¨Este foi meu último ano de faculdade, em que conclui três estágios e TCC. Durante a finalização do meu TCC juntamente
com um estágio em andamento, foi o pior momento em questão de saúde mental. Não só passei pelo stress disso tudo,
como também passei dentro de casa onde estávamos passando por algumas dificuldades. Eu passei um mês (ou mais)
chorando, dormindo mal (menos de 3 horas por noite) todos os dias. Por várias vezes me peguei pensando em como seria
se eu morresse. E os problemas emocionais só se agravaram. Hoje tendo terminado tudo isso, carrego as consequências
de todo esse stress. A gente começa a sentir que como se nada que fizemos é suficiente, que não somos capazes, nos
culpam os por tudo. E acho que no fim das contas é assim com todos os acadêmicos, todos tem algo pra dizer que acaba
em ansiedade relacionada a faculdade. É necessário falar sobre saúde mental, principalmente num ambiente como a
faculdade onde a ocorrência de adoecimento é enorme. Acho que cada curso deveria ter um espaço para isso, seja em uma
matéria em que o professor conduz um diálogo sobre isso ou a coordenação estar de portas abertas para que o acadêmico
esteja a vontade para conversar sobre isso. O importante é falar. ¨