Aprender
Fazendo!
ESPAÇO CULTIVAR
Professor: Christian Krambeck e Cézar Martinelli
Localização: Rua Leopoldo Kuhn, 90 - Bairro Vorstadt - Blumenau, SC
Área total:
Acadêmicos(as): Ana Júlia Tierling e Lívia Schmidt
SEU FIU-FIU ME BROXA
A maioria das mulheres se sentem intimidadas de discutir nas ruas com o agente e muitas ficam com medo de serem agredidas fisicamente caso decidam revidar o insulto. Por causa disso, alguns homens acham que as mulheres gostam das cantadas e outros fazem isso para se sentirem superiores e “machões” em um grupo de amigos.
Os números não mentem e para os que acham que esse tipo de comportamento é um elogio, prestem atenção.
Em relação às formas de assédio sofridas em público pelas brasileiras, o assobio é o mais comum (77%), seguido por olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%). Metade das mulheres entrevistadas no Brasil disse que já foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços público.

“É quase uma exceção raríssima que uma mulher não tenha sofrido assédio em um espaço público. É muito preocupante. A experiência de medo, de ser assediada, de sofrer xingamento, olhares, serem seguidas, até estupro e assassinato. Os dados são impressionantes se pensarmos que a metade das mulheres diz que foi seguida nas
ruas, metade diz que teve o corpo tocado”, diz a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.
Passar por esse transtorno todos os dias é estressante e uma falta de respeito. É uma invasão de privacidade tamanha e vai contra todos os direitos constitucionais adquiridos legalmente por qualquer indivíduo. O maior absurdo de todos é quando ouço mulheres falando que quem usar roupa curta ou colada está pedindo para ser assediada e até mesmo estuprada. Infelizmente, há muitas e muitos que pensam dessa maneira e não conseguem ter uma mente mais aberta para encarar o real problema da cultura que se formou no mundo a respeito da mulher. Você não precisa ficar calada e nem mudar de calçada, erga a cabeça e siga em frente.
Em uma outra pesquisa: Em pesquisa realizada pelo site Think Olga, por meio de uma enquete virtual com 7.762 mulheres, 99,6% afirmaram que já foram assediadas, mas apenas 17% delas consideraram este tipo de assédio como algo positivo. As outras 83% não gostaram de receber as cantadas e 81% das mulheres afirmaram que já deixaram de fazer algo, como passar por algum lugar, para evitar ser alvo de gracejos e grosserias.
A mulher que sofre assédio se sente extremamente humilhada e desrespeitada.

A Mulher na Furb
Dentro da FURB, ótimas iniciativas e projetos vêm destacando a questão da mulher no contexto das cidades.
Dentre eles, podemos citar o trabalho de Daniela Sarmento, arquiteta e urbanista, professora no Curso de Arquitetura e Urbanismo da FURB, que em sua defesa de mestrado, em 2017, abordou o tema ‘A Participação da Mulher na Construção da Cidade Contemporânea: Contribuições para um Novo Modelo de Planejamento Urbano em BLUMENAU/SC’, levantando reflexões muito importantes sobre o direito das mulheres à cidade, a percepção das mulheres como usuárias da cidade e a humanização do processo de planejamento urbano a partir do olhar das mulheres, que utilizam a cidade de forma diferenciada.
Através de uma pesquisa com 55 mulheres da cidade de Blumenau, pode-se coletar resultados sobre as principais demandas, resultando na Carta das mulheres para a cidade de Blumenau, com o objetivo de que o conteúdo da carta seja encaminhado para o processo de revisão do Plano Diretor de Blumenau.
Questionário
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfxLqY1MwyaBIhZ9oCZZBXp1EqCpciyBU6hlsa4BiKuzs22_g/viewform
Conclusão
A mulher, mesmo tendo um papel fundamental na sociedade, exercendo múltiplas tarefas, seja no trabalho ou em casa, nas suas relações e interações sociais, ainda não é considerada no momento de se debater políticas públicas e privadas que resultam diretamente no desenvolvimento das cidades. Sua importância no contexto social e das cidades ainda não é reconhecida da maneira que deveria, mantendo a mulher em um plano inferior e reforçando a necessidade de a luta pela igualdade de gêneros continuar e progredir.
O papel da mulher nesse aspecto é demasiadamente importante, se considerarmos que a partir do momento em que as demandas da mulher passam a ser consideradas neste tipo de decisões cruciais para o desenvolvimento das cidades, o pleito de outros grupos de certa forma marginalizados, como crianças e idosos, também podem passar a ser considerados, pois abre-se espaço para um novo olhar para as demais camadas da sociedade. Não é a luta só por um, é a luta por todos.
A busca por alcançar esse objetivo de igualdade de gênero dentro do contexto das cidades, também abre precedente para a mudança sobre a forma como a mulher é vista e tratada hoje, ainda sofrendo demais com o machismo, a violência e o assédio, seja no trabalho, em casa, nas ruas, no transporte público...
É na cidade que vivemos e desenvolvemos nossas vidas. Precisamos que a cidade nos considere como parte integrante e fundamental dela, para que assim seja possível viver com segurança e mais qualidade de vida.
