Localização: Av. 21 de Janeiro, 1990 - Centro, Pomerode - SC

Acadêmicos: Amanda Cristina Signori, Anna Júlia Belz, Luana Kustner, Milena Cristina Possamai, Nayara Baron

Facilitador: Adriane Socreppa

Professores: Christian Krambeck e Ricardo Parisotto

CONTEXTUALIZAÇÃO

O Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima ou Escola Fátima localiza-se na Avenida 21 de Janeiro, no centro histórico da cidade de Pomerode, a qual faz parte da Rota Enxaimel. Pomerode é conhecida por ser a cidade brasileira com maior número de descendentes alemães, e desta forma, mantém as tradições da cultura teuto-brasileira em sua arquitetura, gastronomia e tradições.
A escola possui uma longa história na cidade, a qual iniciou e manteve fortemente sua identidade na região. Iniciando com uma pequena edificação destinada apenas ao berçário, e vai evoluindo até chegar na grande instituição que se tornou. Entretanto, como sempre buscaram evoluir, procuraram a Universidade Regional de Blumenau (FURB), com o Professor Christian Krambeck, do curso de Arquitetura e Urbanismo, do 5° semestre.
Assim, com a visita no local e contato direto com a facilitadora e outros membros ativos da escola, os discentes procuraram desenvolver o programa de necessidades, o qual acrescentasse melhorias ao colégio.

PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades surge quando a escola implementa três turmas de Ensino Médio, fazendo com que fossem necessárias três novas salas de aula que atendam às novas demandas educacionais. De forma a complementar o ensino, também nos foram solicitados três laboratórios para as disciplinas de física, biologia e química, de modo que todos os alunos possam desfrutar do espaço.
Além disto, olhando para a biblioteca existente na escola e o espaço ocioso sob a caixa d'água, nos foi solicitada uma ampliação deste primeiro espaço de modo a torná-lo mais iluminado, arejado e vivo.

CONCEITO

O conceito norteador do projeto surge a partir do programa de necessidades solicitado pela equipe facilitadora da escola, que pede laboratórios, salas de aula e biblioteca. A partir das propostas pedagógicas do Colégio Fátima, que incluem o estabelecimento de relações positivas entre adultos e crianças e uma atitude ativa e crítica dos alunos frente ao mundo que os cerca, o novo espaço da escola promove o conceito de INTEGRAÇÃO. A forma que organiza o projeto é o hexágono, que se repete nas ciências dos laboratórios solicitados, como nas cadeias carbônicas em química, em biologia, nas colmeias e cascos das tartarugas, e na física em estruturas moleculares geométricas.

IMPLANTAÇÃO E PLANTAS BAIXAS

No estudo volumétrico desenvolvido a partir do programa de necessidades, foram adicionados três volumes hexagonais conectados entre si e por um quarto volume, o qual se torna o elemento central para o convívio entre alunos. Além disso, o quinto volume adicionado foi a extensão da biblioteca. E, por fim, uma marquise que conecta o existe com o que irá existir, trazendo a ideia de abraço ao pátio.

ACESSOS E SETORIZAÇÃO

Os acessos mantiveram-se os já utilizados pelos alunos, pais e professores, sendo eles o interno principal e pela rua lateral, o qual é utilizado para pessoas que não possuem vínculo com a escola, porém alugam o ginásio em algum período.
Os acessos às salas de aulas e laboratórios acontecem pela entrada principal da edificação, dando acesso no térreo as salas de aulas e no pavimento superior aos laboratórios, por uma circulação verticalizada. Tornando-se uma setorização simples com quatro polos diferentes, sendo eles: as salas de aulas, os laboratórios, circulação e banheiros PCD.
Além disso, a biblioteca possui apenas um acesso principal, e um jardim interno, o qual proporciona a diminuição dos ruídos do pátio.

DETALHES

No projeto desenvolvido, surgem importantes pontos para serem destacados. Partindo do conceito “integração”, uma das prioridades nas decisões projetuais foi que o espaço pudesse ser aproveitado e experimentado igualmente por todos. Por conta disto, é um espaço sem desníveis, com banheiros PCD, elevador e corrimão em duas alturas, de modo que pessoas com diferentes idades e motricidades pudessem desfrutá-lo.

Para o laboratório de Física, foi pensado um planetário em um pé direito duplo e lona tensionada, fomentando o lúdico na aprendizagem, estimulando uma educação libertadora que convida o aluno a questionar a realidade em que está inserido.
O cobogó, elemento arquitetônico que carrega consigo a iluminação, controle solar e insolação, foi utilizado nas áreas de circulação e convivência, para que o conforto termo-lumínico fosse garantido, além de maior permeabilidade visual entre o interior e exterior.

A rede de mezanino, que cria um espaço de convívio e descanso sobre o hall de entrada, ampliando a percepção de uso e usuários, sendo um espaço coroado com uma claraboia no centro do volume.
A caixa d'água possui em sua base um lugar sem uso, surgindo no programa de necessidades como uma característica forte a ser utilizada. Assim um lugar ocioso tornou-se uma ampliação da biblioteca. Envolta por uma casca de cobogós que protege um pequeno jardim que antecede suas paredes, é um espaço iluminado e arejado, mas que possibilita a sensação de privacidade em seu interior.

A marquise desenvolvida na mesma base da forma dos grandes volumes, traz a ideia de conectar um espaço já existente com o novo espaço a ser construído, abraçando um futuro pátio. Utilizando uma altura maior direcionada a este espaço direcionado às crianças, as quais possam brincar com maior liberdade.
Por fim, a ideia de uma abertura para a rua lateral foi adicionada ao projeto com uma leve curvatura dos hexágonos da marquise, fazendo que o uso do espaço não se concentre em apenas um local, mas em todo o ambiente.

FACHADAS

Nas fachadas, foram utilizadas esquadrias tradicionais que não pesassem visualmente, foram também adicionados os cobogós nas fachadas com mais incidência solar.